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A articulação de pesquisas para o uso eficiente do impulsionamento patrocinado nas redes sociais

8/1/2018

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Desde que a minirreforma eleitoral de 2017  trouxe novidades para a campanha de 2018, profissionais de campanha e estudiosos das eleições têm debatido um ponto que chama atenção tanto pela falta de clareza da regra quanto pela potencialidade de impacto nos resultados do pleito:  o impulsionamento patrocinado nas redes sociais. Há quem diga que essa medida comprometerá a transparência das campanhas, pois “terceiriza” tanto a operação quanto a fiscalização para empresas privadas, mais especificamente o Facebook, principal plataforma para utilização do impulsionamento patrocinado.

Por outro lado, numa visão mais otimista da medida, campanhas eleitorais servem justamente para ampliar a oferta e circulação de informações sobre os milhares de candidatos que disputarão cinco cargos em outubro, assim os eleitores poderão realizar uma escolha mais segura dos seus candidatos.  Se levarmos em conta outra importante alteração nas regras eleitorais desse ano, o encurtamento da campanha de 90 para 45 dias, o papel das redes sociais para a oferta de informações sobre os candidatos ganha ainda mais importância. Estados com dimensões territoriais extensas exigem uma complexa (e cara) logística de campanha nas ruas, o impulsionamento pode ser um atalho para que aquele eleitor de uma região mais longínqua do “core” das campanhas consiga se informar minimamente também.

Dada a novidade da medida, pouco se sabe sobre estratégias eficientes para que o impulsionamento patrocinado circule de maneira assertiva, ou seja, como fazer a mensagem de um candidato tornar-se interessante no meio de tanto conteúdo diariamente disponível nas redes sociais? O que sabemos é que a ideia de interesse depende muito do que se fala e para quem se fala. Do lado do agente interessado em realizar o impulsionamento do conteúdo, candidatos/partidos, vale destacar o óbvio: nem todos irão se interessar pelo conteúdo produzido se este não for feito com base em algum recorte prévio. Ou seja: para quem é a mensagem?

Pesquisas de opinião servem há décadas para auxiliar estrategistas de campanha no direcionamento da mensagem audiovisual – em especial para medir os efeitos das propagandas horário gratuito –, pesquisas qualitativas, por exemplo, são feitas quase diariamente para os ajustes finos do tom da narrativa.  Com o impulsionamento patrocinado o caminho não precisa, nem deve, ser diferente. O tradicional arsenal de pesquisas quantitativas e qualitativas à disposição dos candidatos/partidos/profissionais pode ser um importante aliado tanto na definição do target – para quem é a mensagem? – quanto no formato do conteúdo. Contudo, como estamos discutindo estratégias de campanha num espaço específico, as redes sociais, é certo que as pesquisas de monitoramento precisarão compor essa articulação das pesquisas.

Caso da disputa para governador em São Paulo
A pesquisa de opinião pública Ibope realizada em abril de 2018 (JOB0314-1) analisou eleitores do estado de São Paulo e os resultados oferecem algumas informações relevantes a respeito das eleições, tanto no que se refere ao perfil de preferências por determinados candidatos, quanto ao espaço que tais candidaturas têm para crescer, dado o número de eleitores que ainda não decidiu seu voto. A pesquisa Ibope coletou dados com foco nas seguintes variáveis: sexo, grupo de idade, escolaridade, renda familiar e região.

Os resultados da pesquisa quantitativa mostram que há grande percentual de eleitores indecisos (57%). Entre os perfis que concentram maior número de eleitores indecisos estão as mulheres (61%), os jovens entre 16 e 24 (71%) e os eleitores de menor escolaridade – até a 4ª série do ensino fundamental (63%).  Eleitores que ganham até um salário mínimo e residem no interior do estado também apresentam maior percentual de indecisos (64% nos dois casos). Ainda assim, todos os segmentos apresentam mais do que 45% de eleitores que não sabem em quem votarão.

A sondagem espontânea indicou 5% de intenções de votos em João Dória, 2% para Paulo Skaf e 29% de brancos/nulos. Considerando a distância do pleito, sabemos que este cenário tem condições de variar bastante. Quando a pergunta é estimulada e oferece opções de candidatos, o pré-candidato João Dória leva vantagem, tendo 24% de intenção de votos. Paulo Skaf tem 19% e o atual governador do estado, Márcio França tem 3% de intenções.

A pesquisa de opinião pública nos auxilia a compreender as principais fortalezas e fragilidades dos candidatos em termos de adesão eleitoral nos segmentos geográficos e socioeconômicos analisados. Nesse sentido, identificamos que João Dória tem maior inserção entre os eleitores homens, apresentando 10 pontos percentuais de diferença de intenção de votos entre homens e mulheres (29% e 19% respectivamente). Já Márcio França e Paulo Skaf apresentam menor discrepância de inserção entre os gêneros.

João Dória apresenta uma vantagem além do maior percentual em intenções de voto: o candidato tem um percentual relevante em todos os grupos de idade e níveis de escolaridade de forma mais equilibrada. Paulo Skaf tem uma maior concentração de intenção de votos entre jovens de 16 a 24 anos (27%) e entre eleitores de nível superior (26%), precisando de estratégias para permear entre os demais segmentos. Márcio França, com números abaixo de 5%, apresenta percentuais mais diluídos e equilibrados em todas as faixas. Tanto João Dória quanto Paulo Skaf se destacam mais entre eleitores de maior renda familiar e entre eleitores do interior do estado.

Cruzando referências de pesquisa para inteligência digital
Estados com dimensões territoriais extensas exigem uma complexa (e cara) logística de campanha nas ruas - o impulsionamento pode ser um atalho para que aquele eleitor de uma região mais longínqua do “core” das campanhas consiga se informar minimamente também. Isso em um contexto de Franco crescimento da internet em geral, e do Facebook, em particular, como meios utilizados pelos brasileiros para acesso a informação política (fontes: MDA PESQUISA, 2018; SECOM, 2016)”.

Pensando no impulsionamento dos conteúdos no Facebook, a simulação da pesquisa Ibope para segundo turno também oferece algumas pistas relevantes a respeito de fatias mais consolidadas do eleitorado e aquelas nas quais os candidatos necessitam investir. A Metodologia de Inteligência para Impulsionamento Digital parte de pesquisas tradicionais, quantitativa e qualitativas, cruzando referências com mecanismos de entrega oferecidos pelas plataformas.

Para exemplificar como isso pode ser feito, temos dois dados fundamentais para a eleição de 2018. É a primeira vez em que a proporção de eleitores jovens aumenta desde 2006. No pleito de outubro, 29,1% do eleitorado apto irá votar pela primeira vez. Esta é faixa etária que mais consome informações pela internet: 51% contra 45% pela TV, segundo Pesquisa Brasileira de Mídia de 2018. Além disso, sabemos pela Pesquisa Ibope que esta é a parcela com maior proporção de indecisos.

Nesse sentido, recomendamos dois tipos de ações baseadas nestes dados. A primeira é desenvolver uma estratégia de conteúdo específica para jovens. Isso pode ser realizado com base em resultados de pesquisas qualitativas, metodologia pela qual podemos ouvir demandas, interesses e opiniões de um grupo de jovens. A segunda é a criação de públicos direcionados para entregar as peças informativas.

Dessa forma, o Facebook Audience Insights sugere um público de 1,5 a 2 milhões de jovens entre 18 e 19 anos localizados no Estado de São Paulo. É um target composto 51% de mulheres e 49% de homens, dos quais 56% estão no Ensino Médio e 43% na faculdade. A partir daí, a estratégia de comunicação da campanha pode combinar diferentes interesses com conteúdos específicos e disparar postagens. Por fim, a mensuração dos resultados-chave das publicações é fundamental para avaliar possíveis alterações no direcionamento do público.

O gráfico abaixo é um exemplo que traz dados das atividades das páginas oficiais dos principais pré-candidatos ao governo do estado de São Paulo monitoradas pela VÉRTICE entre o período 21 de abril e 11 de julho. O gráfico mostra como se deu o engajamento dos internautas – calculado pela soma de curtidas, compartilhamentos e comentários – nas postagens públicas das páginas oficiais de João Dória, Paulo Skaf e Márcio França.  O engajamento oferece informações sobre o sucesso ou insucesso das postagens, fornecendo condições objetivas para calcular a manutenção ou a mudança de estratégias. Essa é apenas uma, das várias possibilidades de mensuração dos resultados-chave das publicações viabilizadas pelo monitoramento da VÉRTICE. 
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#Bolsonaro2018 – a atuação dos fãs e o fenômeno do sequestro de agenda

9/8/2016

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Chegar ao Top Trending do Twitter (um ranking sobre termos e hashtags mais debatidos no momento) geralmente é motivo de comemoração para todos os candidatos e agências de publicidade. Afinal, quem não deseja ter grande visibilidade para sua campanha? No entanto, esta análise pode ser enganadora por diversos motivos. As métricas de alcance, de engajamento ou de valência mostram muito pouco sobre as redes conversacionais que se formam em torno destes termos. Nem sempre estar no TT pode ser benéfico para o candidato.

No artigo Candidate Networks, Citizen Clusters, and Political Expression - Strategic Hashtag Use in the 2010 Midterms publicado em maio de 2015 nos Anais da Academia Americana de Ciência Política e Social, a pesquisadora da Geogetown University, Letícia Bode, e demais colegas cunham o termo hashjacking. A definição do conceito no texto é: 
“‘Hashjacking’—co-opting the hashtags preferred by political adversaries—and retweeting may be discursive strategies favored by users who wish to maximize diffusion of their views, either for proselytizing or to confront opponents” 
Na prática, isso quer dizer que é comum que hashtags, slogans ou termos de campanha sejam apropriados por grupos políticos antagônicos para criar contra-narrativas e subverter a intenção original do discurso. Essa abordagem lembra um pouco a ideia de jamming cultural, quando pessoas e movimentos revertem ou transgridem os significados de propagandas e de produtos da cultura hegemônica. Bart Cammaerts, professor da London School of Economics and Political Science, trata deste tema no artigo Jamming the Political: Beyond Counter-hegemonic Practices, publicado em março de 2007 na Continuum: Journal of Media & Cultural Studies.

No dia 31 de agosto de 2016, aconteceu a votação final do processo de impeachment de Dilma Rousseff no Senado Federal. Durante o julgamento, diversas hashtags tomaram o espaço de assuntos mais comentados do Twitter. A #ImpeachmentDay e a #ForaTemer foram as tags dominantes por boa parte do dia, principalmente no momento de divulgação do resultado e da cerimônia de posse de Michel Temer.

Contudo, outra hashtag chamou a atenção durante nosso processo de mineração de dados. A #Bolsonaro2018 entrou para o Top Trending por volta de 17 horas e se manteve entre os temas mais debatidos por algum tempo. Coletamos um pouco mais de 27 mil tweets para estudar as relações criadas pela rede de conversação em torno da hashtag.

Clique aqui para abrir em tela cheia
Esperando encontrar um cenário de militantes e seguidores do deputado federal, Jair Messias Bolsonaro (PSC-RJ), pedindo sua candidatura à presidência em 2018, nos impressionamos com o resultado. Para contextualizar o caso, Bolsonaro é um dos políticos mais populares na internet. Sua conta no Facebook possui mais de 3 milhões de curtidas, padrão que é repetido por demais membros de sua família.

Ao mesmo tempo, ele conta com uma legião de seguidores, eleitores ou pessoas que defendem suas ideias e frequentemente promovem ondas de manifestação e exaltação ideológica no Twitter. Podemos chamar estas pessoas de fãs políticos, tendo em vista o caráter de torcida e de ressignicação de comportamentos comunicativos que atravessam as audiências de fenômenos da cultura pop.  
​
Bolsonaro não convocou seus fãs para um twitaço com a #Bolsonaro2018. O interessante é que este foi um movimento que partiu de seus seguidores. O parlamentar não chegou nem a utilizar a hashtag. Os perfis Opressor Cruel e Ah Dolf Hitler aparecem em destaque em nossa rede entre os que mobilizaram fãs por meio da #Bolsonaro2018

#Bolsonaro2018 lindos pic.twitter.com/jmn6P9hO6w

— OPRESSOR CRUEL (@OPR3SSOR) August 31, 2016

#Bolsonaro2018 Falou mal do Bolsonaro já tem 90% de chances de ser feminista, ladrão ou homossexual

— Ah! Dolf Hitler □□ (@sarcasticuh) August 31, 2016
​Porém, ao olhar a rede de pessoas que mencionaram a hashtag, compreendemos que o debate foi polarizado em torno de duas comunidades diferentes. O grafo mostra pontos como usuários e ligações como menções, respostas e retuites realizados. Se alguém se engaja disseminando ou mencionando um perfil com a #Bolsonaro2018, a tendência é se aproximar. Esse fenômeno cria comunidades interpretativas com opiniões similares e afasta as divergentes.

Assim, temos um panorama que mostra uma rede de tamanho médio colorida de azul. Ela é referente aos fãs de Bolsonaro, aqueles que iniciaram a disseminação da hashtag. Contudo, podemos perceber um agrupamento maior acima com a cor rosa. Por que esse grupo está tão afastado? Quais as apropriações e disputas de sentido feitas pelos participantes daquele cluster?
​
Ao checar os tweets mais propagados da rede rosa, identificamos bem nitidamente o fenômeno de seqüestro de agenda, ou hashjacking. Há um grande grupo de pessoas que se afiliam a causas de defesa da igualdade e de direitos homossexuais que utilizaram a tag sem fazer nenhuma modificação de sintaxe, mas subvertendo totalmente o sentido inicial. 

Segura essa marimba aí munamu! #Bolsonaro2018 pic.twitter.com/CUg3Mv9wJ3

— Inês Brasil Frases (@lnesBRfrases) August 31, 2016

□ Uma gif de beijo gay pros homofóbicos ficarem putos da vida □ #Bolsonaro2018 pic.twitter.com/t9w6lcxTZJ

— miga sua loka (@falsaqueenn) September 1, 2016
​Este estudo mostra como os procedimentos metodológicos de análise de redes sociais são fundamentais para compreender as disputas simbólicas e as dinâmicas de apropriação de sentido nas redes sociais. Nem sempre uma hashtag que está bombando pode ser benéfica para uma candidatura. Na verdade, pode ser um princípio de uma crise ou uma guerra de narrativas que está acontecendo. As pessoas marcam terreno ideologicamente nas mídias sociais. É importante ter isso em mente e entender as nuances de posicionamento político que atravessam a produção de sentidos para traçar uma estratégia de comunicação eficiente. 
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Política nacional mobiliza pré-campanha do Rio de Janeiro no Facebook

8/17/2016

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Terminou nesta segunda-feira, 15 de agosto, o prazo para o registro das candidaturas no TSE. O cenário político que já começava a se desenhar há alguns meses, agora vai se tornando mais concreto e desafiador! No Rio de Janeiro, oito candidatos disputam a prefeitura da cidade e apresentam perfis de atuação nas redes sociais bastante distintos.

Desde julho, o Monitor Vértice acompanha o desempenho desses prefeitáveis no Facebook. Analisando as primeiras duas semanas deste mês, percebemos que Jandira Feghali lidera com folga o uso da rede social em termos de engajamento, seguida por Marcelo Crivela e Marcelo Freixo, enquanto os demais candidatos ainda apresentam uma atuação tímida na utilização do Facebook como canal vinculado a uma estratégia de comunicação política. Mas que postagens geraram maior mobilização do eleitorado? Elas realmente evocam uma identidade do candidato e projetam, de fato, uma imagem competitiva em termos de redes sociais?

Este ano, o período eleitoral será mais enxuto, assim como o orçamento permitido para as campanhas. Além disso, as eleições disputam espaço nos canais de comunicação com outros assuntos “quentes”, como a etapa final do processo de impeachment da presidente Dilma, os desdobramentos da Operação Lava Jato e as Olimpíadas. Nesse contexto, as mídias sociais se tornaram canais relevantes para se chegar ao eleitor, em especial o Facebook, onde é possível não apenas mantê-lo informado a respeito da plataforma e atuação política do candidato, promover seu engajamento em torno de temas e candidaturas – além de mensurar essa atuação do eleitor.
O número de postagens, entretanto, se analisado isoladamente, não é um bom indicador de que o trabalho de comunicação vem sendo executado com êxito. Tampouco a quantidade de curtidas. É preciso mobilizar o eleitorado, somando-se curtidas e visualizações a comentários e, principalmente, compartilhamentos, para se conquistar capilaridade na rede. A isso chamamos “engajamento”. Essa métrica nos será útil para verificar a atuação dos candidatos à prefeitura do Rio durante as primeiras semanas de agosto. Para tanto, coletamos dados referentes a 433 posts publicados pelos prefeitáveis em suas páginas entre 1o e 14 deste mês.  

Chama atenção que a campanha para o Executivo municipal, bem como as questões envolvendo diretamente o município do Rio de Janeiro, ainda não virou temática nos posts dos candidatos, ao menos se olharmos para os posts campeões de engajamento. Pouco se discute sobre a cidade, com exceção é claro, das Olimpíadas. O que vemos até o momento é o impacto da política nacional na agenda temática dos prefeitáveis.

Das 15 postagens com maior engajamento, 12 pertencem a Jandira Feghali e três a Marcelo Freixo. Elas possuem como tema geral um posicionamento ideológico dos candidatos, com ambos construindo discursos contrários à permanência do interino Michel Temer à frente da presidência da república. Assim, a hashtag #ForaTemer aparece de forma recorrente nesses posts.
  
Analisando as postagens da candidata do PCdoB que mais se destacaram, percebe-se que houve diversificação na forma como a mensagem foi “embalada” para se chegar ao público, com a aplicação de recursos comunicativos variados. A que conquistou maior engajamento havia ultrapassado 37 mil compartilhamentos na data de nossa coleta. 
​Uma peça simples, composta apenas por texto, relaciona a saída de Dilma Rousseff a mudanças na legislação trabalhista, com perda de direitos para o trabalhador. O comentário da candidata que acompanha a imagem apresenta, além do #FORATEMER, uma perspectiva de debate sobre a democratização dos meios de comunicação, evidenciando uma postura de antagonismo à “grande mídia”, bastante presente em meio à esquerda.       
O segundo post de maior engajamento geral foi menos compartilhado, porém conquistou mais curtidas e comentários.
A imagem de banhistas numa cachoeira  é, em si, a mensagem. Como estratégia comunicativa é interessante, pois aproxima o eleitor da página ao exaltar a mobilização popular em torno da causa #FORATEMER – como o faz o compartilhamento de fotos de torcedores nos estádios olímpicos com cartazes pedindo a saída do presidente interino.
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Já a “medalha de bronze” em nosso ranking de engajamento também fica com Jandira Feghali. Consiste em um meme, uma figura de linguagem da internet com grande apelo junto ao usuário de mídias sociais pelo potencial simplificador da imagem aliada ao uso de pouco texto, eficiente quando se trata de circulação de uma mensagem nas redes. Diferentemente do post “medalha de ouro”, mais didático, sem explicar muito a candidata relaciona o cenário político nacional ao evento do momento, as Olimpíadas. #EntendedoresEntenderão, algo confirmado pelo alto índice de engajamento alcançado pela postagem!
​As publicações de Marcelo Freixo que conquistaram maior alcance, por outro lado, destacaram mais as Olimpíadas como meio para evidenciar o posicionamento do candidato, em relação ao atual governo e também às temáticas de maior apelo junto ao eleitorado do PSOL, a exemplo das relacionadas à causa feminista. 
​Flávio Bolsonaro apresenta um posicionamento ideológico claramente vinculado a um espectro mais conservador da sociedade, além de evidenciar uma estratégia de campanha negativa. Sua postagem que conquistou maior engajamento consiste em um vídeo em que manifestantes xingam o deputado federal Jair Bolsonaro. Na publicação, o prefeitável denuncia a agressão e a relaciona ao PSOL. 
​Em outra, a pauta da defesa da vida aparece vinculada ao combate à criminalidade, por meio do compartilhamento da notícia do jornal O Dia de que um bandido havia sido morto por sua vítima, ao tentar assaltá-la. Imagem projetada pelo candidato é bastante pertinente com sua plataforma política, em que, entre outros assuntos, defende a redução da maioridade penal. 
​Marcelo Crivella possui postagens que, sozinhas, conquistaram um menor grau de engajamento no período analisado. Porém, a regularidade na produção de conteúdo em sua página e o bom índice de curtidas, comentários e compartilhamentos que elas alcançam faz com que ultrapasse Freixo e Bolsonaro na média geral de engajamento. O Facebook é bastante utilizado pelo candidato do PRB para o manejo da imagem de liderança vinculada ao movimento religioso cristão. Crivella se vale de posts religiosos e/ou motivacionais para conquistar curtidas e compartilhamentos, o que faz sentido se o que se objetiva é ser lembrado por aqueles que já seguem o candidato. 
​As publicações acima foram as que obtiveram melhor classificação em termos de engajamento pela página de Crivella. São posts que até conseguem circular pela rede, porém, a tática é pouco eficaz na conquista de novos eleitores, porque falha na apresentação do político e na publicidade sobre sua atuação política para o eleitorado em geral.
A ênfase na atuação parlamentar de Alessandro Molon, em um vídeo compartilhado no qual o candidato fala sobre o adiamento da votação de Eduardo Cunha, foi o destaque do prefeitável em termos de engajamento. 
O perfil de político ativo e atuante, que se indigna com desvios éticos e malfeitos presentes no dia a dia da política, tem encontrado apelo junto ao eleitorado, sendo a “nova política” uma das bandeiras da REDE. Porém, o engajamento em torno de sua página ainda é pequeno, principalmente se comparado aos candidatos já mencionados.
Pedro Paulo, apesar de ser apoiado pelo atual prefeito Eduardo Paes para substituí-lo à frente da Prefeitura do Rio, tem se mostrado pouco presente nas redes, o que inclui Facebook. Talvez por ser elemento central em um inquérito aberto pelo STF para investigar uma suposta agressão contra a ex-mulher Alexandra Marcondes. A postagem que conquistou maior engajamento mostra uma foto do candidato do PMDB ao lado da esposa, Tatiana Infante, na abertura das Olimpíadas, ao lado de um comentário do prefeitável sobre a organização dos jogos e o sucesso da cerimônia de abertura. Do ponto de vista da comunicação, a peça faz parte do gerenciamento da imagem do candidato, envolto em uma crise que dá indícios de desfecho favorável ao menos do ponto de vista legal, com o pedido de arquivamento do inquérito pelo procurador-geral da república, Rodrigo Janot, nesta segunda-feira (16/08).
Os demais candidatos, Índio da Costa e Carlos Osório ocupam a lanterna no uso do Facebook pelos prefeitáveis Rio/2016. Tanto a presença na rede quanto a construção de um engajamento do eleitorado em torno de suas candidaturas se mostrou pouco relevante até o momento.   
Chama atenção que a campanha para o Executivo municipal, bem como as questões envolvendo diretamente o município do Rio de Janeiro, ainda não virou temática nos posts dos candidatos, ao menos se olharmos para os posts campeões de engajamento. Pouco se discute sobre a cidade do Rio de Janeiro, com exceção é claro, das Olimpíadas. O que vemos até o momento é o impacto da política nacional na agenda temática dos prefeitáveis.
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Curso sobre grupos focais no Rio de Janeiro trouxe discussão sobre a pesquisa qualitativa de opinião e mercado

7/29/2016

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Na semana passada, uma das sócias da VÉRTICE, Carolina de Paula, ofereceu treinamento de 15h sobre grupos focais na IV Escola de Inverno em Métodos e Técnicas de Pesquisa do IESP-UERJ. A Escola de Inverno é um espaço consolidado de capacitação de pesquisadores no Rio de Janeiro, permitindo que os participantes aprendam na prática operar técnicas quanti e quali. Com alunos vindos de diversas regiões do país, e de múltiplas áreas de formação e atuação, tivemos uma semana bastante produtiva!
Foram cinco dias em que o processo completo de planejamento e execução da técnica do grupo focal foram discutidos, envolvendo desde os motivos para realizar um grupo até a apresentação final de um relatório da pesquisa para um cliente ou instituição acadêmica.
Os grupos focais – também conhecidos como grupos de discussão, entrevista coletiva, ou simplesmente “quali” – estão inseridos na abordagem metodológica qualitativa e seriam, numa definição bem geral, a técnica de pesquisa em que os participantes conversam entre si, e não apenas respondem às inquietações do moderador/condutor do grupo. Em grupos focais são levantados e aprofundados pontos sobre um dado assunto, em que o objetivo final não é atingir o consenso, mas tão somente ouvir a diversidade de opiniões e ângulos sobre uma questão previamente elaborada. Essa questão poderá sofrer o impacto e a influência dos participantes, passando muitas vezes por reformulações e originando outro conjunto de questões. Um grupo pode ser o pontapé inicial de uma pesquisa maior ou então o encerramento da mesma, a depender da sua finalidade.  
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Vimos que a técnica pode ser aplicada em diferentes situações. Destacamos o seu uso e aplicabilidade em campanhas eleitorais, tanto no contexto de pré-campanha ou após o pleito, quando começa a “campanha permanente”, em que a avaliação de imagem do governante e a avaliação de políticas públicas são necessidades vitais para a gestão do mandato. Em todas as fases a aplicação de outras técnicas de pesquisa – como surveys e a análise de redes sociais – são bem-vindas e recomendadas! Por isso é desnecessário estimular rivalidades quantiX quali quando falamos em métodos de pesquisa.  O sucesso de uma pesquisa começa em seu desenho, passando pela decisão sobre qual técnica ajudará o pesquisador atingir com mais eficiência seus objetivos específicos e inquietações. 
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No curso, discutimos sobre a importância de que cada processo do grupo seja feito com clareza e ética, oferecendo: uma amostragem estratégica; esquemas de checagem para o filtro de recrutamento de participantes das discussões, um roteiro de perguntas com uma linha mestra certeira; uma codificação analítica criada com cuidado para cada caso; um relatório sintético e ilustrativo. Para saber mais confiram mais sobre o conteúdo de das aulas, acesse aqui os slides da aula 1. 
Na VÉRTICE acreditamos que as técnicas de pesquisa acadêmicas tradicionais aliadas a métodos recentes de pesquisa nos social media são essenciais para compreendermos o intenso dinamismo da política brasileira atual. Por isso criamos um produto que integra grupos focais e análise de redes sociais, mas isso é assunto para o próximo post!
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Como utilizar o R para descobrir quem segue os políticos no Twitter

7/21/2016

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O R é um laboratório open source de ciência de dados extremamente poderoso e versátil. Famoso entre estudantes de pós-graduação, estatísticos e pesquisadores em geral, o programa ainda é pouco conhecido entre os praticantes de análise de dados coletados nas mídias sociais. Em parte, isso se deve ao formato pouco amigável de sua lógica de funcionamento. Não há botões ou uma interface pré-estabelecida. O software recebe comandos digitados diretamente em seu console. Como utilizamos muito o R em nossas pesquisas, fizemos um passo a passo sobre como aplicá-lo para análises das mídias sociais.

Para quem não conhece ou nunca instalou o R Studio em seu computador, alunos e professores de Estatística da UFF desenvolveram este tutorial super simples. Na prática, o programa é semelhante a um bloco de notas. Mas a versatilidade e atualização constante dos pacotes fazem com que ele leia muitos formatos e seja adaptável a várias tarefas. 

Antes de qualquer coisa, precisamos configurar a autorização de acesso à API do Twitter. Para isso, precisamos de uma conta de desenvolvedor na plataforma (facilmente criada) e dos seguintes códigos:

api_key <- "inserir o seu aqui"
api_secret <- " inserir o seu aqui "
access_token <- " inserir o seu aqui "
access_token_secret <- " inserir o seu aqui "
setup_twitter_oauth(api_key,api_secret,access_token,access_token_secret)


Para a coleta de dados, iremos utilizar o TwitteR, um pacote desenvolvido por Jeff Gentry para dar acesso à API do Twitter. O primeiro passo é instalar o e carregar o TwitteR:

install.dependencies(‘twitteR’)
library('twitteR')


Com isso, o pacote é automaticamente adicionado ao seu R e fica pronto para receber os comandos. É importante compreender a documentação do pacote, para saber montar um script. Iremos utilizar a função getUser e seus derivados para descobrir quem segue Jandira Feghali no Twitter.

Jandira <- getUser('jandira_feghali')

Com isso, criamos um objeto dentro do R com o perfil da candidata à prefeita do Rio de Janeiro pelo PCdoB no Twitter. Agora, vamos explorar mais a documentação para saber quais são os seguidores e seus nomes.

seguidoresJandira <- Jandira$getFollowers()

Pronto! Os resultados podem ser exportados para análise em outros programas pelo comando:

sink("JandiraSeguidores.txt") 
lapply(seguidoresJandira, print) 


Coletar dados sobre os seus seguidores é parte essencial da análise das mídias sociais. Diversos estudos podem ser feitos a partir dessas informações. Podemos plotar redes com as intersecções entre diferentes candidatos, encontrar os seguidores com maior popularidade, traçar os perfis, saber quais cidades e estados estão presentes, entre muitos outros.

Apesar de assustador à primeira vista para usuários com pouco conhecimento de linguagens computacionais, o R é extremamente funcional. A infinidade de pacotes e seu poder analítico compensam o investimento no aprendizado dos comandos. Um bom script de coleta, processamento e análise de dados pode encurtar horas e horas de trabalho. 

O R é uma ferramenta decisiva para investigar as informações relativas às campanhas eleitorais que circulam nas mídias sociais. O principal benefício é personalizar as pesquisas de acordo com a necessidade dos comitês e dos clientes. Há pacotes disponíveis para Facebook, Twitter, Instagram, scraping de páginas e blogs. 

Vamos programar para ganhar eleições?
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Curso - A prática do grupo focal na pesquisa de opinião e mercado

7/15/2016

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Segunda-feira, dia 18, começa o curso “A prática do grupo focal na pesquisa de opinião e mercado” ministrado pela sócia da Vértice, Carolina de Paula, no IESP, Rio de Janeiro! Quem ainda não se inscreveu pode aparecer por lá e se inscrever na secretaria do instituto. O curso acontecerá de segunda à sexta-feira (dia 22), das 9h ao 12h. 

​O curso tem um caráter prático, apresentando os procedimentos para a realização da técnica, desde o planejamento de um grupo até a confecção do relatório da pesquisa. O objetivo é oferecer aos participantes o conhecimento essencial de cada etapa. Grupos focais são fundamentais em campanhas eleitorais, mas também podem ser utilizados em diferentes contextos, seja no mercado ou no ambiente acadêmico!

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Esquerda domina uso de mídia social em Niterói

6/7/2016

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PSOL sai na frente na conquista de eleitores no Facebook, com candidatos ao Executivo e Legislativo se destacando na rede
O uso de ferramentas como Facebook e Twitter por políticos é algo que merece ser explorado, uma vez que as mídias sociais podem facilitar o contato com possíveis eleitores e demais apoiadores da campanha. No caso de municípios de pequeno e médio portes que se situam em regiões metropolitanas, as redes sociais se tornam particularmente atraentes para a circulação de conteúdos relacionados à política local, uma vez que a tendência é que os principais meios de comunicação da região dêem maior destaque em seus noticiários aos assuntos do grande centro urbano – ficando os acontecimentos locais geralmente restritos a um segundo plano e competindo com o de outras cidades do entorno.

Niterói possui uma população estimada de 495 mil habitantes e está entre as dez cidades brasileiras com melhores Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), ocupando a primeira posição no ranking estadual. Apenas treze quilômetros a separam fisicamente do Rio de Janeiro. Justamente por causa da proximidade com essa metrópole mundial, que será sede das Olímpiadas dentro de pouco mais de mês, que muito do que acontece do lado niteroiense da ponte não vira notícia nos principais meios de comunicação utilizados como fontes tradicionais de informação pelos moradores da Cidade Sorriso.

Assim, as redes sociais acabaram se tornando importantes referenciais para a troca de informações sobre trânsito, segurança pública, atividades culturais e mobilização política em torno de temas de interesse da população. Para os candidatos a cargos do Executivo e Legislativo, constitui um espaço eficiente de atuação. Os benefícios do uso da internet em campanhas incluem custos menores e aumento da qualidade do diálogo com o eleitorado e potenciais financiadores. Para os políticos, é possível que o candidato desenvolva autonomia em relação aos meios de comunicação tradicionais e ao próprio partido, a partir da possibilidade de uma comunicação mais direta e intensa com o eleitorado.

Entretanto, para que esse processo seja eficiente, é preciso 1) planejamento; 2) informação estratégica; e 3) atuação profissional. Primeiramente, alcança melhores resultados aquele candidato que se antecipa aos demais, e não apenas marca presença no mundo virtual às vésperas da eleição. Ele deve ser capaz de construir redes relativamente estáveis dentro desse universo, envolvendo apoiadores e identificando possíveis pontos nevrálgicos ou que venham a desencadear processos de crise. Para tanto, conhecer o terreno de atuação e identificar o conjunto de agente que formam a rede torna-se imprescindível.
 
O cenário político partidário em Niterói

O processo de impeachment da presidente Dilma terá impacto evidente na disputa pela prefeitura de Niterói em outubro, basta olharmos o troca-troca partidário recente dos principais candidatos ao Executivo da cidade. O atual prefeito, Rodrigo Neves, deixou o PT em março – anunciando a decisão em seu perfil no Twitter – e assinando sua filiação ao PV, mesmo partido do seu vice Axel Schmidt Grael, configurando assim uma potencial chapa “puro sangue” da situação. Em 2012, Rodrigo Neves teve como principal adversário o então deputado estadual Felipe Peixoto, que naquele contexto estava filiado ao PDT. Recentemente, Peixoto declarou sua saída do PDT alegando a aproximação da sigla junto ao seu adversário maior, Neves. Houve especulações que Peixoto migraria para o PSDB, dada sua proximidade junto ao vereador Bruno Lessa (PSDB), contudo, a decisão final foi pela filiação no PSB, em que a participação do senador (e prefeitável carioca) Romário teve peso decisivo.

Se olharmos pelo ângulo partidário notamos que as coligações que se enfrentaram em 2012 na cidade já serão diferentes.  Naquela conjuntura o PSB esteve coligado ao PT de Neves, agora este aparece como o principal rival do partido, que aposta todas as suas fichas em Peixoto. A ofensiva do PSB em lançar candidaturas próprias aparece como consequência clara do impeachment em diversos municípios brasileiros. Quanto ao PSDB, o lançamento do delegado Antonio Rayol como prefeitável da sigla teve pouca repercussão na imprensa, sendo um candidato “novato” que conta em seu currículo como feito público mais expressivo conduzir a prisão do marqueteiro Duda Mendonça no episódio da rinha de galo em 2004. Ainda no campo da direita, o ex-vereador e ex-deputado estadual Wolney Trindade (PR) vem batalhando pela homologação de seu nome, porém, o presidente estadual do partido, Anthony Garotinho, já declarou ser contra o lançamento da candidatura do mesmo.  No âmbito da esquerda o PSOL segue novamente com Flavio Serafini, que fez uma boa campanha em 2012, conquistando o terceiro lugar no 1º turno (18,4% dos votos válidos). Após a saída de Rodrigo Neves, o PT ainda não anunciou o posicionamento do partido no pleito.
 
Análise de redes
A equipe da VÉRTICE INTELIGÊNCIA fez um levantamento das páginas no Facebook dos possíveis candidatos a prefeito de Niterói e dos atuais vereadores. Analisamos a popularidade dos canais, que se refere ao número de seguidores e de engajamento médio, e a construção de pontes de relacionamento com outros atores. Esse foco duplo busca entender como os políticos se prepararam previamente para o contexto da campanha nas mídias sociais e investiram na construção de um capital de comunicação e de relacionamento com um amplo número de influenciadores.

Mapeamos 528 fan-pages com 2662 ligações entre si. A rede apresenta um panorama amplo da conjuntura da disputa eleitoral de Niterói em 2016 nas mídias sociais. O primeiro ponto a ser destacado é que há um domínio claro da esquerda. Isso quer dizer que atores políticos da esquerda construíram redes amplas de mobilização, para além dos seus canais oficiais. Apesar de possuir alguns canais isolados com algum alcance, atores de centro ou de direita possuem redes menores nas mídias sociais. Isso indica que eles irão apostar em um modelo de campanha mais individualizado ou focado em outros veículos.
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m segundo lugar, a topologia mostra que há duas esquerdas atuantes no Facebook em Niterói com características relativamente diferentes. De um lado, há uma rede densa do PSOL. Há diversos atores que possuem alcance e influência nessa rede, como Paulo Eduardo Gomes, Marcelo Freixo, Renatinho, Henrique Vieira, e outras lideranças. Estão presentes, também, movimentos sociais e centrais sindicais locais, que podem ser parceiros-chave para a disseminação da plataforma de campanha partidária. De outro lado, há um grupo da frente PT/PCdoB. Esse espaço é centralizado por Leonardo Giordano, os demais canais possuem menor impacto municipal ou são da esfera governamental.

Entre os prefeitáveis de Niterói, somente três candidatos possuem contas ativas no Facebook. Contudo, o padrão de utilização é muito diferente. Flávio Serafini (PSOL) se destaca com maior índice de seguidores e de engajamento. Em seguida, estão Felipe Peixoto (PDT) e o atual prefeito, Rodrigo Neves (PV), considerando que Peixoto possui maior público geral, enquanto Neves tem mais menções, decorrentes de estar ocupando o cargo e possuir maior acesso à imprensa tradicional. Wolney Trindade e demais candidatos não desenvolveram políticas de ativação de contas nas mídias sociais e devem largar atrás dos demais concorrentes ao posto.
Prefeitaveis
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Entre os vereadores, o mesmo padrão se repete, com maior destaque para políticos de esquerda e que investem de forma contínua no Facebook como canal de comunicação com os eleitores. Paulo Eduardo Gomes é o político com maior número de seguidores em Niterói, inclusive considerando os prefeitáveis. Em segundo lugar, aparece Priscila Nocetti. Contudo, a vereadora tem perfil de uso híbrido, mesclando postagens do mandato com fotos pessoais e da carreira midiática. Mais dois políticos de partidos de esquerda aparecem, Leonardo Giordano e Henrique Lima. Somente em quinto lugar vem o PSDB, com Bruno Lessa chegando a 20 mil curtidas.
Vereadores
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Novas regras estimulam jogo político no Facebook

5/29/2016

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Impeachment impulsiona disputa pela prefeitura do Rio; Bolsonaro e Jandira Feghali se destacam
Que a campanha política caiu na rede e no gosto do brasileiro, isso já não é novidade. Mas será que os candidatos estão sabendo explorar todo o potencial oferecido por ferramentas como Facebook que envolve, antes de tudo, sociabilidade? No cenário carioca, a campanha para a Prefeitura do Rio de Janeiro apresenta uma dinâmica que sofre influência dos desdobramentos do processo de impeachment de Dilma Rousseff, além das recentes mudanças nas regras de financiamento, o enxugamento do tempo de propaganda eleitoral em rádio, TV e nos dias de campanha (de 90 para 45 dias).

Em abril deste ano, o PT anunciou rompimento com o PMDB depois que o pré-candidato a prefeito e deputado federal Pedro Paulo votou favoravelmente ao impeachment. A perspectiva de novas alianças, ainda em aberto, indica potencial de reorganização do jogo político na disputa eleitoral que se aproxima.

Um estudo feito pela Vértice Inteligência, empresa de pesquisa estratégica em mídias sociais vinculada à Universidade Federal Fluminenese cujo principal foco é o mercado de campanhas políticas, demonstra que dois candidatos estão na dianteira quando se trata do uso do Facebook: Jandira Feghali e Flavio Bolsonaro. O trabalho é a primeira parte de uma série que vem sendo desenvolvida sobre os PREFEITÁVEIS DO RIO DE JANEIRO pela doutora em ciência política Carolina de Paula e os doutorandos em comunicação política e professores Eleonora de Magalhães e Marcelo Santos, sócios da empresa. Realizado entre 10 de abril e 25 maio, utilizou como amostra de dados 891 fan-pages no Facebook, que estabelecem 7478 ligações entre si – um sinal do potencial de alcance quando se fala em interações dentro de uma rede social online.

Para chegar a esse resultado, os profissionais da Vértice precisaram ir além do perfil individual dos candidatos e analisar mais detalhadamente a rede que cada um deles forma em seu entorno, em contexto com os demais agentes. “Para além do número de curtidas ou de posts, é fundamental entender a estrutura da rede, ou seja, como os candidatos se relacionam com outros atores relevantes que podem mobilizar um espaço de campanha comum”, afirma Eleonora de Magalhães.

O JOGO POLÍTICO NO FACEBOOK

A pesquisa aponta que alguns candidatos demonstram pouca atenção estratégica ao Facebook no período anterior à eleição, com baixa produção associada a um trabalho insuficiente de construção de redes para a circulação de conteúdo político e o estabelecimento de laços com influenciadores. É o caso de Molon, Otávio Leite, Pedro Paulo e Índio da Costa, que apresentam desempenho abaixo da média dos demais candidatos. Eles têm um perfil de baixa atividade de publicação, pouca base individual de seguidores e redes pequenas de articulação do jogo político no espaço amplo das mídias sociais. De acordo com Marcelo Alves, “esses perfis encontram maior dificuldade em se estabelecer enquanto lideranças em meio ao eleitorado na web. Além disso,  tendem a aumentar o gasto no tempo reduzido de campanha nos canais tradicionais para tentar se equiparar àqueles prefeitáveis que já conseguiram se destacar e estabelecer agurpamentos catalisadores de campanha em seu entorno”.

Mas como os candidatos investiram, ainda antes das eleições, nas mídias sociais como plataformas de construção de imagem, criação de conteúdo, contato com os eleitores, mobilização e defesa de temas programáticos? Romário Faria e Marcelo Crivella têm perfis bem diferenciados. Retiram seu capital de comunicação de carreiras iniciadas fora do campo político: esporte e religião. Já Jandira e Freixo demonstram um perfil diferente, de políticos fortemente publicistas no campo da esquerda. Flávio Bolsonaro reflete esse perfil na direita, com menor alcance imediato de seguidores, mas com ampla rede de atores não-institucionais coordenada inicialmente pelo deputado federal, Jair Bolsonaro (PSC-RJ). Os demais mostram um perfil de menor utilização, com diferentes quantidades de seguidores, segundo a pesquisa.

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Além disso, as métricas de liderança e de influência dos candidatos indicam que os dois com a maior base de curtidas, Romário e Crivella, caem posições quando se trata se estabelecer conexões no Facebook. Sobem Bolsonaro, Jandira e Freixo.  Essas medidas da análise de rede olham para além do canal individual dos prefeitáveis e tentam compreender como eles mobilizam agentes de campanha auxiliares. Assim, Jandira e Bolsonaro se destacam porque têm perfil de construção de amplas redes de criação de conteúdo político, seguem diversos outros canais e são reconhecidos como lideranças importantes dentre estes agrupamentos. No caso de Bolsonaro, entretanto, seu perfil se deve muito ao capital simbólico herdado de Jair Bolsonaro, esse sim um grande articulador de redes no facebook.
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O QUE AS REDES REVELAM

Os mapas desenvolvidos pela Vértice mostram uma estrutura bastante clara, com duas redes distintas se destacando. “É interessante observar que o principal corte não é entre esquerda ou direita, mas entre políticos com vínculos institucionais ou não”, explica Carolina de Paula. “Na parte de cima do grafo temos uma rede que inclui setores da esquerda e da direita institucional. Tanto apoiadores do impeachment, como os que se opuseram a ele: Jandira, Romário, Freixo, Molon e Otávio Leite. É nesse espaço que se pode imaginar que se dará a disputa pela hegemonia na campanha nas mídias sociais”, observa a pesquisadora.
Abra mapa em tela cheia.

Na parte superior do mapa, há um subgrupo de esquerda compartilhado por três candidatos: Alessandro Molon, Jandira Feghali e Marcelo Freixo. Este espaço reflete uma disputa entre os três atores pelo apoio e mobilização de atores do campo ideológico da esquerda.

A análise revela que Jandira larga na frente dos demais concorrentes na mobilização desse subgrupo, tendo em vista o investimento da deputada na comunicação digital e na articulação do PCdoB com redes de movimentos sociais. Já Freixo constrói suas ligações com movimentos populares e universitários do Rio de Janeiro, como o Comitê Popular Rio Copa e Olimpíadas. Alessandro Molon não possui uma rede extensa de mobilização, até mesmo pela recente troca de partido, tendo como agente mais influente de seu subgrupo a ex-candidata à presidência, Marina Silva.

Abra mapa em tela cheia.
A parte central da rede situa agentes institucionalizados, como o Senado Federal e a Comissão Nacional de Justiça, a Folha de São Paulo, G1 e O Globo, além do Palácio do Planalto e a Onu Brasil. Mais acima está o senador Romário, que não realiza articulações mais fortes com nenhuma organização política ou midiática. Para Marcelo, “é um sinal de que ele irá depender em grande escala do alcance e da replicação de seu próprio canal oficial”.

Carolina completa: “O mesmo pode ser afirmado do senador Marcelo Crivella, rodeado de deputados do baixo clero e da bancada evangélica”. Importante destacar que ambos possuem carreiras que constroem seus capitais fora do campo político. Apesar da atuação parlamentar, não conseguem construir redes poderosas de mobilização em torno de movimentos sociais ou sindicatos. “A campanha de ambos depende mais do alcance e do carisma pessoal do que de um aparato organizacional”, pondera o professor.

Por outro lado, Pedro Paulo possui um perfil nas mídias sociais com menor destaque. Sua atuação e os agentes articulados em torno de si são, majoritariamente, lideranças estatais, órgãos de governo e projetos da Prefeitura ou do Governo do Rio de Janeiro. Isso demonstra que a campanha de Pedro Paulo está mais dependente da avaliação do desempenho e da máquina de governo.
Na parte sul do mapa, temos uma grande rede montada em torno dos perfis da família Bolsonaro (Jair Messias, Carlos, Eduardo e Flavio). Há ampla mobilização de atores não institucionalizados que possuem grande alcance e poder de mobilizar seguidores.

Para os pesquisadores, o poder de alcance e de campanha desta rede é alto, mas se afasta do centro de hegemonia política. “Isso indica que tende a reforçar o posicionamento de pregar para convertidos e afastar indecisos ou independentes. Portanto, sua influência geral deve ser relativizada, considerando a circulação de informações entre um conjunto muito ativo e homogêneo de militantes”, analisa Eleonora. E alerta: “Dependendo de como for operacionalizada, esse também pode ser um problema da campanha de Jandira Feghali. Ambos devem ter atenção especial na construção do discurso com o perigo de polarizar demasiadamente a disputa e afastar pessoas menos engajadas ideologicamente e centristas”.

Acesse estudo completo no link; https://www.academia.edu/25706178/Vertice_Intelig%C3%AAncia_-_Os_prefeit%C3%A1veis_do_Rio_de_Janeiro_no_Facebook
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A repercussão do desabamento da Ciclovia Tim Maia no Twitter

5/17/2016

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A partir da última semana de abril, formou-se uma rede de discussões acerca da Ciclovia Tim Maia que foi inaugurada dia 17 de janeiro. O constante crescimento do Rio de Janeiro torna a cidade um lugar cada vez mais difícil de transitar, independente do meio de transporte utilizado. O investimento em ciclovias, por sua vez, entrou para a lista de alternativas que ajudariam na organização do trânsito local. Contudo, a Ciclovia Tim Maia desabou no dia 21 de abril, quinta-feira, por volta das 11h, com duas vítimas.  Com o intuito de entender a repercussão do caso, a Vértice analisou brevemente alguns registros online das discussões referentes ao desastre.

Através da nossa análise é possível perceber os motivos pelos quais a repercussão chegou aos níveis registrados, pois na rede existe um conjunto de fatores que nos levam a algumas constatações. Como exemplo, podemos citar a imprensa dedicada em divulgar a tragédia, os personagens envolvidos e uma grande insatisfação do público carioca com as obras feitas pela prefeitura do Rio de Janeiro nos últimos anos. Outro fator é o descontentamento com o governo federal, que foi responsabilizado pelo desabamento mesmo não sendo o responsável pela obra.

“Está sendo cogitada a mudança do nome da Ciclovia Tim Maia para Ciclovia Dilma Rousseff. Não resiste a uma pedalada.” via @henriqm1

— Ricardo Amorim (@Ricamconsult) 23 de abril de 2016
Os personagens em destaque na nossa rede são O Jornal O Globo, com as matérias sobre o desabamento, Ricardo Amorim, economista e apresentador de televisão brasileiro, com 408 mil seguidores, "Edu Primitivo", do canal no Youtube de "pegadinhas" chamado Os Primitivos com 751.698 subscritos, o Prefeito Eduardo Paes, e Helio de la Peña.  É importante ressaltar a presença de personagens que se auto intitulam "bem humorados" ou que trabalham com "humor" envolvidos nas discussões. Sem o intuito de promover uma retórica e sim um questionamento, por que logo esses personagens ganharam destaque?

Ciclovia Tim Maia (do Leme ao Pontal) entregue neste domingo. Em tempo: a molezinha da bicicleta me carregando é pq estou com o pé quebrado (antes q alguém de mal humor nesse domingo, venha reclamar). #cidadeolimpica

Uma foto publicada por Eduardo Paes (@eduardopaes) em Jan 17, 2016 às 6:48 PST

O que levou os perfis a recebem todo esse destaque foi principalmente, o número de retweets sobre o assunto. No topo dessa lista encontram-se os perfis @jornaloglobo com 1239, @ricamconsult com 512 e @eduardopaes_ com 389. A partir daqui, é preciso entendermos que existem razões para que cada um deles receba esse destaque:
  1. O @jornalglobo: pode-se dizer que divulgou o ocorrido diversas vezes, além de servir de fontes para discussões online;
  2. O @ricamconsult recebeu destaque, até o dia 23 de abril com 512 retweets referentes a uma única publicação, transformando a tragédia em piada para atacar o nome de Dilma Roussef, o mesmo autor, no entanto, não mencionou o Governo do Rio de Janeiro, responsável pela implementação da obra;
  3. E @eduardopaes_ não fez menção alguma no seu perfil sobre a tragédia, a única publicação encontrada sobre a Ciclovia Tim Maia foi do dia da sua inauguração que recebeu o número já situado de retweets, sendo no entanto, uma foto do Instagram compartilhada no Twitter. Essa foto, inclusive, ainda recebe críticas e ofensas devido ao desabamento quase um mês após o ocorrido e quatro meses após a publicação da imagem.
 
Uma ótima maneira de ilustrar boa parte do que foi dito nesta publicação, é utilizar grafos como este logo a baixo. Dessa forma, é possível analisar a imagem pelas cores e tamanhos dos nós categorizando os subgrupos.

Neste caso, o @jornaloglobo está ao centro de todos os subgrupos, @eduardopaes_ , @ricamconsult e @eduprimitivo se distanciam do centro, já que nenhum dos três subgrupos estão discutindo diretamente sobre o desastre. Inclusive, @eduardopaes_ não se pronuncia a respeito do desabamento e os dois últimos perfis, publicam apenas piadas sem o intuito.

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Em contraste, o @lapena ganha destaque muito próximo a @eduardopaes_ porque seu vídeo da ciclovia viraliza com o título "Ciclovia Tim Maia vira pó na av Niemeyer. Superfaturamento olímpico." e nas replicações o nome do prefeito é mencionado diversas vezes como o responsabilizado pela tragédia. Mas, apesar de humorista, a postagem de Hélio de La Peña foge completamente do humor demonstrando perplexidade com a situação.

Ciclovia Tim Maia vira pó na av Niemeyer. Superfaturamento olímpico. pic.twitter.com/HM32CQUsO4

— helio de la peña (@lapena) 21 de abril de 2016
Outro ponto chave do monitoramento para entender a estrutura da rede é encontrar os domínios dos sites mencionados. Entre eles, estão o Instagram, principalmente por causa da publicação do Prefeito Eduardo Paes já mencionado. O Youtube também aparece, nesse caso, devido a vídeos que viralizaram e foram compartilhados diretamente desse site. Veja a seguir o vídeo de maior destaque é de uma gravação amadora da reportagem feita pela TV Globo:
O intuito desta breve pesquisa é principalmente entender a estrutura dessa rede que se formou por causa da tragédia que, diga-se de passagem, poderia ter matado muito mais pessoas. Além disso, a partir dela é possível criar um ponto de partida para análises mais complexas sobre os personagens e sobre as informações que estão circulando nas redes sociais a respeito do tema. Aqui, foi possível ver aproximações e afastamentos de personagens, sites mencionados, e as maneiras distintas como o nome da ciclovia Tim Maia foi mencionado.

Para ler mais sobre monitoramento de mídias sociais fique atento(a) às atualizações do nosso blog e siga-nos também no Facebook. 

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A rede do antipetismo no Facebook

5/8/2016

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Dissertação de membro da Vértice é divulgada no Blog Na Base dos Dados de Fábio Vasconcellos no O Globo
A facilidade para encontrar amigos e páginas sobre temas que admiramos e de promover trocas de opiniões, muitas vezes com o acirramento de discussões, tem levado o Facebook a virar tema de pesquisa. Volta e meia surgem estudos no campo das ciências sociais que procuram entender os efeitos do uso intensivo dessa rede. Entre esses trabalhos, há um relativo consenso de que o FB ampliou a chance de promover encontros e, como consequência, a formação de grupos que muitas vezes nunca se viram pessoalmente e hoje estão juntos por interesses comuns. Outro argumento aceito é que o Face também contribuiu para ondas de opinião e uma maior visibilidade dos grupos. Nada disso surgiu com a rede social, é claro, mas ela tem colocado a comunicação social em outro patamar: mais visível e mais dinâmica.

No campo da política, algumas pesquisas, que utilizam também dados do Twitter, têm apontado para uma maior polarização ou mesmo silenciamento dos eleitores e, uma das explicações, seria a maneira como os grupos se formam e passam a combater posições contrárias às suas. Quase sempre as pesquisas tomam como cenário o caso americano e seu sistema bipartidário. É possível que a conversação nas redes sociais naquele país reflita, na verdade, posições políticas já dadas. O efeito do uso do FB aí seria mais o de reforçar posições pré-existentes.

No Brasil, onde predomina o multipartidarismo, ainda existem poucos estudos empíricos que procuram jogar luz sobre a relação entre política e mídias sociais ou mesmo como a discussão sobre os mais diversos temas se organizam nesse espaço. Apesar disso, tem sido crescente o interesse por esse tema. O último trabalho foi apresentado em fevereiro, no Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Política da UFF. Na dissertação de mestrado com o provocativo título “Vai pra Cuba!!! – A rede antipetista na eleição de 2014”, o pesquisador Marcelo Alves analisou, durante a disputa eleitoral daquele ano, como se constituiu, dentro do Facebook, grupos que se relacionavam e que tinham como temática discursos que poderiam ser classificados como antipartidário, antiesquerdista e antiestablishment.
Abrir Rede do Antipetismo em tela cheia
A “Rede Antipetista”, assim denominada, foi constituída por 500 páginas no Facebook e um público estimado em torno de 10 milhões de usuários da rede social. Pelo estudo, a “Rede Antipetista” se formou entre abril e maio de 2014, quando a página da "TV Revolta" passou a agregar um grande número de seguidores. Nesse período, a fanpage registrou cerca de dois milhões de curtidas, chegando a ter 13 mil por hora e 27 milhões de pessoas falando sobre ela.

Para escolher quais páginas seriam analisadas, o pesquisador utilizou como critério o grau de entrada de cada uma das 500 fanpages, ou seja, aquelas mais conectadas entre si e que mantinham uma relação diária de trocas e compartilhamentos de conteúdo. Como conclusão, o estudo chegou a quatro principais grupos que ajudaram a constituir a “Rede Antipetista”.

O primeiro seria classificado como “miscelânea de direita”, um grupo formado por várias páginas e usuários que se autodenominavam de direita. O segundo grupo identificado foi o “liberal anticomunista”, que disseminava discursos de tradição econômica liberal anticomunista. O terceiro grupo era formado por usuários da rede social que pregavam um discurso moralizante contra a corrupção. O estudo identificou ainda o grupo “intervencionista”, uma mescla de páginas que compartilhavam a retórica intervencionista e antidemocrática.

Para o pesquisador,  o “ gatilho da tríade do antipetismo foi o clima de ansiedade da população provocado pela queda na avaliação retrospectiva do governo federal, situando um cenário de crise econômica e de escândalos de corrupção”. Apesar do título "antipetismo", o estudo considera que esse fenômeno não se limitaria à negação do PT ou o voto útil no adversário do partido em 2014. “A oposição hostil ao partido foi o fator que catalisou uma diversa gama de discursos políticos de modo heterogêneo e não linear”, com o resgate de visões de mundo que se identificavam na retórica antipartidária, antiesquerdista e antiestablishment. Foram discursos que não nasceram com as mídias sociais, mas ganharam uma visibilidade muito maior do que se tinha até então. Essas temáticas confluíram para a crítica e oposição acirrada ao PT, que sempre se autodenominou de esquerda, e que vivia e ainda vive sob o forte impacto das denúncias de corrupção e problemas na gestão da economia e da política.
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